A chegada dos Robôs (Resenha)
Tenho abordado diversos assuntos relacionados à automação, inteligência artificial, robótica e outras tecnologias que já causam e causarão profundas transformações em todos os aspectos da sociedade nos próximos anos. Os artigos “Inteligência Artificial e o fim do Emprego”, “A Internet dos tomates”, “Máquinas que aprendem” e “Inteligência Artificial e Ressurreição Tecnológica”, mostram apenas alguns exemplos de impactos que a automação e a Inteligência Artificial (IA) causarão no médio e no longo prazo.
Muitos estudiosos estão preocupados com o futuro, visto que a automação deverá causar desemprego em massa, além de trazer outros problemas que sequer imaginamos. Muitos afirmam que a questão não é mais “se”, mas “quando” os robôs tomarão os nossos empregos. Assim, devemos estar preparados para esse futuro incerto, no qual enfrentaremos a concorrência não de seres humanos mais capacitados, mas de robôs. Podemos vencer essa guerra? Em muitos casos, a resposta será um sonoro NÃO!
“A realidade econômica da revolução da automação futura é que os robôs estão vindo para ocupar seu emprego. Afinal, esse fato não será alterado por uma resposta emocional, por uma medida política ou pela negociação com sindicatos. Se você quiser continuar competitivo diante da automação, não será apenas pela produtividade. O desempenho de um ser humano não pode ser melhor do que de um robô em uma tarefa repetitiva. O robô acabará vencendo.” (John Pugliano – A chegada dos robôs, pág. 13)
No livro “A chegada dos robôs” (Madras Editora, 2017), John Pugliano, apresentador e investidor norte-americano, nos traz uma visão menos apocalíptica e mais motivadora sobre o futuro da automação. Segundo o autor, é possível sobreviver aos robôs usando aquilo que temos de melhor: nossa humanidade. John destaca que tarefas simples e repetitivas podem ser reduzidas a um algoritmo computacional, o que fatalmente pode ser implantado em um robô, seja ele físico como nas fábricas, ou virtual, como é o caso dos softwares de apoio à decisão. Desta forma, a mão de obra e o conhecimento humano se tornarão desnecessários em muitos cenários. Assim, devemos nos preparar para os empregos do futuro que exigirão a criatividade, o intelecto e o improviso, características inatas do ser humano.
No geral, o livro possui uma leitura simples e objetiva, porém se torna repetitivo e cansativo em alguns momentos. Mesmo assim, é bastante educativo, pois traz diversas informações históricas que ajudam a compreender o contexto tecnológico atual e, principalmente, nos traz um vislumbre do futuro e os impactos da automação. Ao final de cada capítulo há um um questionário que, segundo o autor, ajudará o leitor a identificar suas capacidades a fim de transformá-las em um ou mais negócios “a prova de robôs”.
Além de toda a questão tecnológica e profissional, o livro também traz uma introdução ao mercado financeiro e dá dicas de empreendedorismo, poupança e investimentos, sugerindo algumas ações com o objetivo de manter e aumentar o patrimônio para enfrentar um futuro econômico incerto. É uma obra recomendada a todo tipo de profissional, principalmente, aqueles que possuem empregos e/ou profissões ameaçadas pelos robôs. Lembre-se: Matrix e Skynet são coisas de ficção, a robótica não. Precisamos nos preparar! Leitura recomendada!
“Os robôs roubarão o seu emprego se ele for rotineiro ou se puder ser reduzido a um algoritmo. A automação substituirá o simples e o complexo. Nenhuma profissão será poupada. A automação não substituirá o desconhecido, pois não pode. O desconhecido não é rotineiro. Não pode ser formulado em uma equação porque, bem, porque o resultado é… desconhecido” (John Pugliano – A chegada dos robôs, pág. 119)
