Irresistível (Resenha)
Apesar do título remeter a um típico romance barato, a obra Irresistível: Por que você é viciado em tecnologia e como lidar com ela (Editora Objetiva, 2018), trata de um dos principais problemas do século XXI: o vício comportamental. O autor, Adam Alter, é professor adjunto de marketing e psicologia na Stern School of Business da Universidade de Nova York, sendo autor e co-autor de diversos artigos e pesquisas envolvendo marketing e comportamento.
Segundo Alter, diferente da dependência química, em que sempre há uma droga ou substância química envolvida, o vício comportamental no século XXI envolve seis ingredientes fortemente relacionados direta ou indiretamente às tecnologias modernas:
- metas atrativas que estejam só um pouco além do alcance;
- feedback positivo irresistível e imprevisível;
- uma sensação de progresso e melhoria que aumenta lentamente;
- tarefas que se tornam pouco a pouco mais difíceis com o tempo;
- tensões não resolvidas que exigem solução;
- ligações sociais fortes.
De fato, com a alvorada do século XXI, fomos invadidos por uma torrente de tecnologias que causaram profundas mudanças culturais e comportamentais em toda a sociedade.
Nesse contexto, o autor discute como os produtos digitais, sejam jogos, mídias sociais ou aplicativos, são projetados para serem irresistíveis, nos mantendo o tempo todo engajados, roubando grande parte do nosso tempo, comprometendo nossa produtividade, capturando nossa atenção e, é claro, gerando muito dinheiro no processo.
Trata-se de uma obra reveladora, que muito tem a dizer sobre nosso relacionamento com as tecnologias de informação e comunicação mais modernas, alémd e revelas as estratégias que a indústria implementa em seus produtos para que eles tornem-se realmente irresistíveis. Recomendo!
“A tecnologia não é moralmente boa ou ruim até ser controlada pelas corporações que a produzem para o consumo de massa. Aplicativos e plataformas podem ser projetados para promover ligações sociais frutíferas; ou, como cigarros, podem ser concebidas para viciar.”
— Adam Alter