Matéria Escura (Resenha)
Você já se perguntou o que seria da sua vida se você tivesse feito escolhas diferentes? Aquela proposta de emprego recusada, aquela festa que você não foi por estar ocupado demais trabalhando ou aquele jantar em família que você não compareceu por estar viajando a negócios. O que teria acontecido se sua decisão fosse fosse diferente?
Mais que um livro de fição, Matéria Escura, de autoria de Blake Crouch (Intrínseca, 2016), é uma obra riquíssima em diversos aspectos, visto que nos leva a refletir sobre o peso de nossas escolhas.
O protagonista é Jason Dessen, um professor de física comum que estava feliz com sua vida comum, sua esposa comum e seu filho comum. Até que fora abordado por um homem mascarado que o sequestrou e o deixou inconsciente em uma usina abandonada.
Ao acordar, ele se depara com um estranho que sorri e diz “Bem vindo de volta, amigo!” Sem entender o que está acontecendo, Jason aos poucos percebe que está em outra realidade, um outro mundo, em que ele não é casado, não possui filho e é um gênio da física que conseguiu algo impossível: colocar um objeto macroscópico em estado de superposição quântica.
Nessa outra realidade, Dessen descobre que há mundos infinitos criados por nossas escolhas, revelando a caótica realidade do multiverso. Infelizmente, o que seria a maior descoberta da história se prova um pesadelo existencial, e Dessen irá lutar com todas as suas forças para recuperar sua família e sua realidade.
Nesse sentido, Matéria Escura é uma obra prima, digna de uma adaptação para o cinema. Trata-se de uma obra riquíssima sob o ponto de vista de filosófico e existencial, fazendo com que o leitor reflita sobre o peso de suas escolhas.
Com um rítmo alucinante e uma escrita é fluída, Crouch usa uma escrita simples, mas detalhada e direta, fazendo com que sintamos uma tremenda empatia pelo protagonista e suas crises existenciais, além de aguardar ansiosamente pelo próximo capítulo.
Diferente dos quadrinhos, que exploram a teoria do multiverso sob um ponto de vista heróico e catastrófico, Crouch explora o indivíduo nos fazendo refletir produndamente sobre valorizar nossas vidas e analiar os impactos de nossas ações e decisões nas pessoas próximas e no mundo.
A obra não possui clichês e é capaz de supreendenter a cada capítulo até os mais exigentes e atentos leitores de ficção. Realmente, um primor! Recomendo!