A guerra do velho (Resenha)
O livro “A guerra do velho”, do original “Old man’s war”, é o primeiro livro de seis volumes da saga homônima, de autoria de John Scalzi, sendo publicado originalmente em 2005 nos EUA. Trata-se de uma obra obrigatória a todos os amantes da ficção, visto que explora a temática alien e viagens espaciais sem usar clichês, criando um universo rico, complexo e extremamente cativante.
No Brasil foram publicados os três primeiros volumes pela editora Aleph: 1) A guerra do velho; 2) As brigadas fantasma; 3) A última colônia. Os outros três volumes: 4) Zoe’s Tale; 5) The human division; 6) The end of all things. Essas três últimas não têm previsão para publicação no Brasil.
No futuro, a humanidade expande seus horizontes para além dos limites do sistema solar. Entretanto, colonizar novos planetas não é uma tarefa simples, visto que há muitas espécies inteligentes, nada amigáveis e avançadas tecnologicamente com o mesmo objetivo. Assim, para confrontar os exércitos alienígenas, a humanidade cria as Forças Coloniais de Defesa (FCD), uma poderosa organização militar interplanetária. Para se alistar nas FCD, os voluntários precisam ter mais de 75 anos, o que causa uma grande curiosidade do porquê dessa restrição. As FCD possuem tecnologias transhumanistas? Eles nos colocarão dentro de armaduras altamente tecnológicas? Iremos controlar algum tipo de arma a distância? Diante da chegada da terceira idade, John Perry aceita o desafio e se surpreende com o que existe além do sistema solar.
“No meu aniversário de 75 anos fiz duas coisas: visitei o túmulo de minha esposa, depois entrei para o exército” (John Perry)
De fato, a temática “alien + viagens especiais” já foi muito explorada no cinema, na TV e na literatura. Muitos até dizem que isso já “encheu o saco” do leitor, pois até mesmo os amantes da temática já não querem mais esse tipo de coisa. Concordo parcialmente, pois acredito que ainda há muito o que se explorar dentro dessa temática. A guerra do velho é a prova disso!
Assim, contrariando os céticos, Scalzi consegue criar uma história arrebatadora, com diálogos inteligentes, personagens cativantes, intrigas políticas e com uma dose certa de humor. A leitura é fluída e agradável, ao mesmo tempo que explora o imaginário ficcional do leitor, considerando aspectos como inteligência artificial, transhumanismo e viagens interestelares. Ademais, a obra explora conceitos científicos com um certo rigor, ao melhor estilo Arthur C. Clarke. Apesar de ser claramente inspirado por “Tropas Estelares”, Scalzi entrega uma obra superior em termos de riqueza de detalhes e complexidade.
Enfim, considero A Guerra do Velho um dos melhores livros de ficção contemporânea. Não é exagero dizer que Scalzi cravou seu nome da galeria dos grandes autores de ficção. Acredito que o universo criado por ele irá render muitos frutos no cinema, na TV e nos games.
Convém destacar que a Netflix viu pontencial no universo de “A guerra do velho” e tem planos para uma adaptação de toda a saga, como informou o site Adoro Cinema no final de 2017.
Uma obra indispensável! Recomendo!