Todos os profissionais deveriam aprender a programar computadores
Em uma sociedade globalizada e altamente tecnológica, ter um segundo idioma deixou de ser um diferencial no currículo e passou a ser pré-requisito na disputa pelas melhores vagas do mercado de trabalho. Hoje há muitas organizações que descartam sumariamente os candidatos que não possuem um segundo idioma, principalmente o inglês. Assim, aprender essa língua estrangeira é obrigação de todo profissional que deseja se destacar. Convém ressaltar que os cursos superiores da Fatec Jales possuem inglês em toda a grade curricular, do primeiro ao sexto semestre, além de minicursos e oficinas gratuitas que apoiam o aluno no processo de aprendizagem do idioma.
Aprender inglês pode ser considerado o passaporte para a realização pessoal e profissional. Entretanto, diante das constantes transformações da sociedade, principalmente no aspecto tecnológico, uma outra linguagem começa a despontar como diferencial: a programação de computadores. Diversos setores da economia já estão inseridos em um contexto de aplicações apoiadas por inteligência artificial (IA), Internet das Coisas (IoT), ciência de dados e o uso de robôs físicos ou virtuais para os mais diversos fins. Portanto, mesmo que o profissional não seja da área de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), conhecer programação de computadores é um diferencial para quem deseja se destacar hoje e, principalmente, continuar relevante em um futuro dominado por máquinas.
Mas o que exatamente significa “programar computadores”? A explicação resumida é “dizer a um computador o que ele deve fazer”. Obviamente, “falar” com computadores requer linguagens específicas conhecidas como linguagens de programação. Nesse contexto, existem diversas linguagens, cada uma com suas peculiaridades, vantagens, desvantagens e aplicações. Contudo, todas possuem o mesmo objetivo: fazer com que o computador execute um conjunto de passos finitos, conhecido como algoritmo, objetivando o processamento de dados e, consequentemente, resolver um problema.
“Nos dias atuais, saber programar computadores não pode e não deve ser uma característica exclusiva dos profissionais de Tecnologia da Informação”
Nos dias atuais, saber programar computadores não pode e não deve ser uma característica exclusiva dos profissionais de TIC. Por exemplo, normalmente um engenheiro civil que trabalha com CAD (Computer-aided design – desenho auxiliado por computador) usa softwares específicos para a criação dos seus projetos. As últimas versões desses softwares suportam a execução de scripts (conjunto de instruções simples escrito em linguagem computacional) que auxiliam o profissional a automatizar tarefas repetitivas e cálculos complexos. Assim, o profissional que deseja extrair o máximo do seu potencial criativo e da capacidade do software em questão, independentemente da sua área de atuação, precisa estar familiarizado com o universo da programação de computadores. De fato, quem sabe programar tem um contato mais íntimo com computadores, o que estimula um comportamento mais ativo no sentido de criar e não apenas utilizar tecnologia. Mesmo que o profissional não crie efetivamente tecnologia, por meio da programação ele poderá sugerir algoritmos e processos sistematizados que objetivem o processamento de dados nos contextos estratégico e operacional dentro da organização.
Não é de hoje que a disciplina “Lógica de Programação” está presente nos semestres iniciais de todos os cursos de engenharia e, obviamente, de TIC. Todavia, diante de um cenário que caminha para a convergência de todas as áreas no meio digital, aprender a programar computadores já é uma questão de sobrevivência, independentemente do tipo de profissional que você é ou deseja ser.
Como eu já tratei nesta coluna, a programação de computadores deve fazer parte do currículo escolar já no ensino fundamental, pois, além de preparar nossas crianças para o futuro, o próprio processo de aprendizagem de uma linguagem computacional estimula o raciocínio lógico, a criatividade, a curiosidade, a persistência, o trabalho em equipe e outras virtudes. Portanto, se você não sabe programar computadores, aprenda o mais rápido possível!
Texto publicado originalmente no Jornal de Jales, coluna Fatecnologia, no dia 03/03/2019.
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