Tendências tecnológicas para 2019 (Parte 1)
O ano de 2018 foi muito movimentado no aspecto tecnológico. Novas tecnologias e aplicações de hardware e software cresceram e se consolidaram, viabilizando novos negócios, quebrando paradigmas e causando muitas polêmicas. As discussões acerca do futuro do trabalho certamente ganharão novo fôlego à medida que as novas tecnologias são efetivamente aplicadas e substituem parcial ou totalmente o ser humano, seja no aspecto físico (trabalhos manuais) ou intelectual. É impossível dissociar as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) de qualquer área do conhecimento ou profissão. Portanto, neste ano que se inicia, mais do que nunca, é necessário estarmos atentos às tendências tecnológicas, buscando competência técnica e adaptação a um futuro que em parte conhecemos e em parte sequer imaginamos.
O grupo Gartner, um dos mais importantes do mundo em consultoria em TIC, publicou uma lista com dez das principais tendências tecnológicas para 2019. Trata-se de tecnologias com potencial disruptivo, ou seja, capazes de quebrar padrões de maneira abrupta, causando drásticas mudanças no mercado.
A primeira tecnologia destacada pelo grupo Gartner são as “coisas autônomas”. Presentes em todas as obras de ficção do século XX, os robôs, os drones e os carros autônomos sempre despertaram o imaginário de pensadores e futuristas. Entretanto, graças à constante evolução, essas tecnologias invadiram o mundo real e têm atraído a atenção de grandes empresas dos mais diversos setores. Essas “coisas autônomas” usam Inteligência Artificial (IA) para automatizar funções que antes eram executadas exclusivamente por seres humanos. Ademais, usando conceitos de Internet das Coisas (IoT – “Internet of Things”), são capazes de trabalhar colaborativamente, oferecendo capacidades de integração entre diversas tecnologias e sistemas por meio da internet.
Entre as possíveis aplicações das “coisas autônomas”, podemos destacar: a)segurança– patrulha e vigilância patrimonial por meio de drones e câmeras inteligentes; b) agricultura inteligente– fazendas automatizadas que maximizam a produção e minimizam as perdas; c) transporte – veículos autônomos prometem mais segurança ao retirar o elemento “erro humano”, reduzindo o número de acidentes;d) fábricas autônomas– fábricas totalmente automatizadas controladas por IA; e) serviços de entrega– drones e veículos inteligentes que realizam entregas de encomendas.
Uma outra tendência apontada pelo grupo Gartner são os “espaços inteligentes” (Smart Spaces). Trata-se de ambientes digitais ou físicos com a presença de seres humanos e apoiados por diversas tecnologias, criando um ecossistema digital altamente conectado, inteligente e produtivo. Nesse contexto, há diversas aplicações e conceitos interessantes como as “casas inteligentes” (smart homes) e “cidades inteligentes” (smart cities). Usando conceitos de IoT por meio de sensores capazes de detectar diversos dados referentes ao ambiente em que estão inseridos, é possível automatizar casas e cidades inteiras. Uma casa pode ser totalmente automatizada por meio de sensores que detectam gestos e reconhecem pessoas e comandos de voz para ligar o ar-condicionado ou abrir uma porta, por exemplo. Uma cidade inteligente poderá enviar para um veículo autônomo uma mensagem indicando a localização de uma vaga de estacionamento, além de prover informações em tempo real sobre o tráfego e o clima. Ademais, espaços de coworking, shopping centers, lojas, bares e restaurantes estão ganhando novos e interessantes recursos tecnológicos que vão muito além de disponibilizar conectividade Wi-Fi aos clientes.
Essas duas tendências certamente irão atrair a atenção e os investimentos de grandes empresas e startupscom foco em inovação. Os impactos que elas sugerem vão muito além do aspecto tecnológico, assim como as outras tendências que irei destacar nas próximas semanas. Até breve!
Texto publicado originalmente no Jornal de Jales, coluna Fatecnologia, no dia 06/01/2019.