Como você protege os dados do seu celular?
Atualmente, o Brasil é o 4º maior mercado de smartphones do mundo, contando mais de 220 milhões de dispositivos ativos, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Esse número equivale a mais de um dispositivo por habitante. De fato, há muito tempo os smartphones deixaram de ser apenas um acessório ou um “luxo desnecessário” para se tornarem uma necessidade. Há quem considere o dispositivo uma extensão da sua vida pessoal e/ou profissional, visto que as funcionalidades e, principalmente, as informações armazenadas são essenciais para o dia a dia. Operar um smartphone não é tarefa difícil, porém é necessário tomar cuidado com o aspecto segurança, algo que é ignorado ou desconhecido para a maioria dos usuários.
Um estudo realizado em 2017 pela empresa de segurança Kaspersky Lab e publicado em junho/2018 mostrou que mais da metade dos usuários brasileiros de smartphones não protege seu dispositivo com senha, que é o mínimo que se espera. O estudo também apontou que apenas 21% dos usuários usam soluções contra roubo ou perda, apenas 16% criptografam arquivos e pastas importantes e apenas 47% fazem backup (cópia de segurança). Dessa forma, quando um ladrão rouba um smartphone, ele poderá ter acesso aos dados pessoais da vítima, utilizando-os para praticar diversos outros crimes, tais como roubo de identidade, prática de chantagens, compras na internet. Portanto, nos casos de roubo, os problemas podem ir muito além do prejuízo financeiro de ter que comprar outro dispositivo.
De fato, um dispositivo físico pode ser facilmente substituído. As informações armazenadas, não. Infelizmente, a maioria das pessoas ignora isso e não imagina o valor que as informações armazenadas nos dispositivos possuem. Além do mais, se esquece (ou não sabe) que a conta do smartphone geralmente é conectada a diversos serviços da internet, tais como e-mail e redes sociais. Assim, quando roubado, um dispositivo desprotegido pode abrir um horizonte de possibilidades ao ladrão.
“De fato, um dispositivo físico pode ser facilmente substituído. As informações armazenadas, não. Infelizmente, a maioria das pessoas ignora isso e não imagina o valor que as informações armazenadas nos dispositivos possuem”.
Felizmente, não é difícil proteger os dados de um smartphone. A primeira coisa a fazer é configurar uma senha “forte”, ou seja, uma senha que possua números, caracteres especiais e letras maiúsculas e minúsculas. Outra característica desejável de uma senha “forte” é não possuir palavras e/ou números fáceis de serem deduzidos, como data de nascimento ou as iniciais do nome do usuário. Existem diversos smartphones que oferecem outros recursos para identificação do usuário, como desenho padrão e uso de impressão digital. Um outro nível de proteção é a criptografia de pastas e arquivos importantes. Também existem diversos aplicativos que permitem acesso a pastas e até a outros aplicativos somente mediante uma senha.
Um outro cuidado que deve ser tomado são as medidas preventivas, ou seja, instalar aplicativos capazes de localizar o dispositivo, bloqueá-lo ou apagar todos os dados armazenados. Assim, em casos de roubo, o usuário terá condições de proteger suas informações e, em muitos casos, sua privacidade e intimidade. Google e Apple oferecem esse tipo de serviço gratuito na internet, sem a necessidade de instalar nenhum aplicativo. Entretanto, existem aplicativos mais completos, capazes de tirar fotos com a câmera frontal a fim de identificar o ladrão. Também é possível bloquear o aparelho por meio do IMEI, sigla em inglês para “Identificação Internacional de Equipamento Móvel”. Esse número pode ser facilmente encontrado no menu de configurações do dispositivo e em sua embalagem de fábrica. Se o dispositivo for roubado, é possível entrar em contato com a operadora e bloqueá-lo informando esse número.
Enfim, se o seu smartphone é realmente uma extensão da sua vida real, entenda que ele possui muitas informações importantes que precisam ser cuidadosamente protegidas. Na dúvida, procure um especialista, mas nunca deixe de proteger sua “vida digital”. Simples cuidados podem evitar grandes dores de cabeça.
Texto publicado originalmente no Jornal de Jales – coluna Fatecnologia – no dia 29 de julho de 2018.