Tudo está em fluxo. Nada está concluído.
Para muitos pensadores, a maior invenção da humanidade foi o método científico. De fato, depois que criamos uma metodologia para a ciência, conseguimos elaborar uma infinidade de coisas que jamais poderiam ser criadas por acaso. No decorrer da história, todas as áreas do conhecimento se beneficiaram do método científico, mesmo antes de ser formalizado por grandes nomes da filosofia e da ciência, como Francis Bacon, René Descartes e Galileu Galilei. A descoberta das fontes de energia que movimentam o mundo, o avanço da medicina, as telecomunicações, a criação das tecnologias digitais, enfim, todas as tecnologias modernas são fruto do método científico, mas não são eternas.
Nesse sentido, podemos afirmar que os processos de desenvolvimento das tecnologias são muito mais importantes do que a tecnologia em si, pois a história mostra que tudo se torna obsoleto. As tecnologias são substituídas por versões mais modernas, inspiradas nelas mesmas, ou por alternativas nascidas do constante aprimoramento dos processos de criação.
Assim, um produto ou serviço deixa de ser algo tangível, quantificável e insubstituível, para se tornar um conceito, um processo, algo que está sempre em evolução, um “beta-perpétuo”. No mundo digital, isso é ainda mais surpreendente, pois nada “é o que é”, mas sim “o que virá a ser”.
Essas constantes mudanças, que ditam a dinâmica do mundo moderno, tiram todos da zona de conforto. Modelos de negócios e profissionais tornam-se obsoletos em poucos anos, não em décadas, como no século XX. Empresas e profissões desapareceram no passado e continuam desaparecendo hoje, mas com uma intensidade ainda maior.
A 4ª revolução industrial, impulsionada pela automação inteligente em massa, está substituindo parcial ou totalmente milhões de trabalhadores por máquinas inteligentes que não cansam, não ficam doentes e não pedem aumento.
Assim, um produto ou serviço deixa de ser algo tangível, quantificável e insubstituível, para se tornar um conceito, um processo, algo que está sempre em evolução, um beta-perpétuo
J. L. Gregório.
Claro, novos modelos de negócio e novas profissões estão surgindo nesse turbilhão tecnológico. Isso significa que, para sobreviver às mudanças impostas pelo século XXI, empresas e profissionais precisam adotar uma cultura de constante evolução.
Portanto, é cada vez maior a lista de empresas consolidadas que adotam uma postura de orientação ao mercado. Isso significa que observam e investem constantemente em novos mercados, na procura de novas oportunidades e modelos de negócio, mesmo em setores totalmente diferentes daquele em que já atuam.
Por sua vez, os profissionais do século XXI têm adotado uma cultura life-long learning (aprendizagem contínua e automotivada), dentro e fora do seu campo de atuação. São cada vez mais comuns pessoas que migram de profissão, ou atuam em diferentes funções, considerando as habilidades multidisciplinares adquiridas pela formação constante e diversificada. Já notou que atualmente todas as profissões dependem e são impulsionadas por tecnologias digitais?
Enfim, não precisamos ir longe para perceber que tudo está em um fluxo constante de mudança. Tecnologia muda comportamento, molda a cultura, influencia a arte, altera leis. Ninguém assiste a TV, ouve música, compra, vende, trabalha, estuda, se diverte e se relaciona da mesma maneira que há 20 anos. Enfim, tudo está diferente e em constante mudança. Inclusive eu e você. Perceba isso antes que seja tarde!
Texto publicado originalmente no Jornal de Jales, coluna Fatecnologia, no dia 12/09/2021.