Big Tech (Resenha)
Não tem como negar: somos dependendes das tecnologias da informação (TIC) e comunicação para tudo. Isso por si só não é ruim, visto que vivemos na sociedade da informação, no século XXI, ou seja, as TICs são as forças potencializadoras dos nossos talentos naturais (ou não!).
O principal problema dessa dependência é que ela adquire tons obscuros a partir do momento em que delegamos nossas escolhas aos algoritmos inconscientes das mídias sociais. Pior, sequer imaginamos que por trás dessas maravilhas tecnológicas há empresas que nos monitoram 24 horas por dia, mesmo enquanto estamos dormindo.
Essa narrativa digna de uma distopia orwelliana é o pano de fundo da obra Big Tech: A ascenção dos dados e a morte da política, de Evgeny Morozov, um dos mais respeitados especialistas em tecnologia da atualidade.
A tecnologia digital da atualidade, ficou evidente, não é apenas ciência aplicada, como ainda sustentam as filosofias mais vulgares da tecnologia. Ela é, na verdade, um emaranhado confuso de geopolítica, finança global, consumismo desenfreado e acelerada apropriação corporativa dos nossos relacionamentos mais íntimos
Evgeny Morozov
Na referida obra, Morozov discute o poder das Big Techs, as cinco maiores empresas de tecnologia do mundo – Google, Apple, Facebook, Amazon e Microsoft – também conhecidas pela sigla GAFAM.
O autor faz um alerta sobre o modus operandi das Big Techs e como elas agem de maneira a criar monopólios que podem ser considerados ditaduras tecno-capitalistas, roubando nossa privacidade, manipulando nosso comportamento e nos transformando em trabalhadores involuntários em prol dos seus lucros.
De fato, as Big Techs possuem um poder assustador, principalmente se olharmos para um futuro em que a sociedade poderá se tornar uma tecnocracia pura, sendo gerida política e economicamente, não por pessoas, mas por Inteligência Artificial.
É uma obra intrigante e reveladora. Recomendo.
