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Armada (Resenha)

Armada (Resenha)

Armada é mais uma obra prima de Ernest Cline, mesmo autor do surpreendente Jogador Número 1, que de tão bom, teve adaptação para o cinema sob a direção do genial Spielberg (pena que não ficou tão bom quanto o livro).

A obra conta a história de Zack Lightman, um adolescente aficcionado por video-games que atualmente é um dos melhores jogadores do mundo de Armada, um game online de simulação de batalhas espaciais.

Zack levava uma vida normal, como qualquer estudante do ensino médio. Entretanto, carrega uma grande tristeza dentro de si por não se lembrar do seu pai, morto em um bizarro acidente quando ele ainda era uma criança. Essa tristeza faz Zack desejar que o mundo real fosse parecido com o mundo dos games, com grandes aventuras e grandes heróis. De fato, Armada era o seu refúgio diário, um remédio para curar suas frustrações.

Um dia, enquanto estava na escola, Zack vê pairando sobre o céu de sua cidade um objeto voador parecido com um caça Glaive, uma das naves inimigas presentes no game Armada. Nesse momento, Zack definitivamente tem a certeza que sua paixão pelo game está fazendo ele ter alucinações. Contudo, felizmente (ou infelizmente), ele não estava alucinando.

Assim, por ser um dos primeiros no ranking mundial de Armada, ele é convocado a se juntar a um exército formado por milhões de jogadores que, a partir de agora, são a única esperança para conter uma grande invasão alienígena.

Sim, é mais um livro de invasão alienígena! Não, não é mais um clichê! É, talvez seja mais um clichê! De fato, quem já viu o clássico filme The Last Star Fighter (O Último Guerreiro das Estrelas – 1984), certamente encontrará diversas semelhanças na narrativa e nos personagens. No filme de 1984, o game se chama Star Fighter e é distribuído em arcades (fliperamas), pois os jogos online surgiriam apenas nos anos 1990. Da mesma forma, o game também foi usado como critério para recrutar novos pilotos. Existem outras semelhanças, mas não vou estragar a experiência do leitor.

Apesar de não ser tão bom quanto Jogador Número 1, Armada consolida Ernest Cline com um dos escritores de ficção mais criativos da atualidade. Seu estilo de escrita é marcante por ser fluído, bem humorado, ao mesmo tempo que despeja uma tempestade de referências envolvendo games e diversos outros símbolos da cultura pop e nerd. Essa foi a fórmula que fez Jogador Número 1 um tremendo sucesso.

Entretanto, Cline parece ter exagerado um pouco na dose em Armada, perdendo a mão nas referências e descrevendo muitas coisas desnecessárias, tornando a leitura um tanto maçante em diversos momentos. O livro empolga na primeira metade, depois estabiliza no sentido de que não te surpreende, e depois, no final, deixa o leitor frustrado.

De qualquer forma, é uma leitura rápida, divertida e mostra que Cline é um profundo conhecedor do universo pop/nerd. Recomendo.

Jorge Luís Gregório

Jorge Luís Gregório

Professor e entusiasta de tecnologia, estudioso da cultura NERD e fã de quadrinhos, animes e games. Mais um pai de menino, casado com a mulher mais linda da galáxia e cristão convicto. Gosto de ler ficção científica e discutir tecnologia, filmes, seriados, teologia, filosofia e política. Quer falar sobre esses e diversos outros assuntos? Venha comigo!