Encarcerados (Resenha)
Assinado pelo gênio John Scalzi, que assina a fantástica “Trilogia Guerra do Velho”, Encarcerados é um livro que mistura sci-fi e romance policial. Vejamos!
Em uma sociedade futurista, uma nova e misteriosa doença, chamada de Síndrome de Haden, faz com que as pessoas nos estágios mais avançados da doença fiquem encarceradas em suas próprias mentes, sendo incapazes de qualquer manifestação física, como falar e andar.
Para viver em sociedade, os hadens, como são chamados os portadores da misteriosa síndrome, transferem suas consicências para avatares físicos (robôs) ou para as mentes de integradores, que são indivíduos portadores da síndrome, mas que não chegaram aos estados avançados da doença.
O protagonista, Chris Shane, é portador da síndrome de Haden desde o nascimento, além de ser filho de um influente político. Devido a fama do seu pai, durante muito tempo Shane foi o símbolo máximo da luta pelos direitos dos hadens, até que resolveu seguir seu próprio caminho como agente policial.
A trama se inicia após um misterioso assassinato num hotel em Washington, em que um integrador é flagrado ao lado da vítima, alegando não ser o autor do crime. Por se tratar do universo haden, o crime não é tão óbvio quanto parece, lançando Shane e sua parceira, Vann, que é ex-integraddora, em uma investigação repleta de suspense e mistério: quem é o assassino?
De fato, Encarcerados, não é uma obra prima, mas traz algumas questões interessantes, principalmente sob o ponto de vista filosófico.
Em um primeiro momento o desenvolvimento da narrativa é gradual, ou seja, apresenta aos poucos as características do ambiente e, principalmente, dos personagens, além de leves doses de humor inteligente. Tais características são a marca do estilo de escrita de Scalzi. Já vimos isso na aclamada Trilogia Guerra do Velho.
Após o leitor estar ambientado com universo da obra, o autor inicia uma narrativa inteligente, repleta de suspense e ação, deixando de lado os clichês, ao mesmo tempo que trata de temas filosóficos e sociais, como ética, respeito, preconceito e liberdade, de maneira inteligente e, ao mesmo tempo, sutil. É impossível não fazer um paralelo com temas da atualidade.
Encarcerados é uma leitura rápida, porém imersiva e divertida, sem qualquer pretensão de ser um bestseller. Talvez por isso seja tão bom. A genialidade de Scalzi também se manifesta na simplicidade desta recomendada obra.
