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As profissões do futuro (Parte 01)

As profissões do futuro (Parte 01)

Em outubro de 2018, a Cognizant, empresa estadunidense de consultoria e pesquisas em tecnologia da informação, publicou um estudo intitulado 21 more jobs of the future (Os 21 empregos mais importantes do futuro – em tradução livre). No referido texto, que traz como subtítulo “Um guia para ficar empregado e/ou conseguir um emprego até 2029”, são listados 21 empregos que deverão surgir nos próximos anos, considerando as rápidas transformações tecnológicas e científicas, bem como seus impactos econômicos, éticos e sociais que ainda estão por vir. Nesta primeira parte, irei apresentar duas profissões destacadas no estudo da Cognizant.

Data Trash Engineer (Engenheiro de lixo de dados)

A quantidade de dados gerada todos os dias nas organizações cresce exponencialmente. Captar, armazenar, gerenciar, processar e proteger terabytes de dados é uma tarefa complexa sob o ponto de vista técnico. Assim, muitas empresas pensam em se livrar dos dados considerados “lixo”, ou seja, que não foram processados nos últimos 12 ou 24 meses. Entretanto, excluir dados não processados pode significar consideráveis perdas de oportunidades.

Portanto, o engenheiro de lixo de dados deve ter habilidades para identificar dados supostamente insignificantes a fim de alimentar algoritmos de aprendizagem de máquina, buscando melhorar o conhecimento corporativo da organização e, principalmente, encontrar insights para melhorar processos, produtos e, sobretudo, a qualidade dos dados coletados.

As principais habilidades e características desse profissional são: conhecimentos avançados em computação e matemática; criatividade; experiência em visualização e sumarização de dados; conhecimentos de gestão de processos e negócios; conhecimentos sobre big data e tecnologias de aprendizagem de máquina.  No fim das contas, ao que parece, esse engenheiro é um cientista de dados com habilidades mais completas e criativas.

Voice UX Designer (Designer de Voz UX)

 As letras UX formam um acrônimo para User Experience ou Experiência do Usuário, que pode ser definido como um conjunto de fatores relacionados à interação do usuário com um produto, serviço ou sistema. De acordo com vários profissionais de UX, uma boa experiência do usuário consegue fidelizar clientes por meio de experiências personalizadas baseadas nos seus comportamentos e preferências. Assim, considerando que as interfaces de voz são a nova fronteira da computação para os anos 2020, o designer de voz UX deve ser uma carreira promissora.

Os diversos assistentes de voz presentes nos sites, smartphones e computadores não oferecem experiências personalizadas, ou seja, possuem a mesma voz com o mesmo sotaque. Dessa forma, o que é agradável para alguns usuários é desagradável para outros. Há estudos que provam que, quando uma interface de voz reflete o dialeto e os traços de fala da região ou país do usuário, ela se torna mais eficaz no sentido de envolver e satisfazer o usuário. Portanto, é extremamente necessário que empresas ofereçam interfaces de voz personalizáveis para produtos e serviços, objetivando satisfazer e fidelizar seus clientes.

O designer de voz UX deve ser capaz de usar e ajustar algoritmos de processamento de voz e linguagem natural, ajudando usuários a escolher a voz que melhor se encaixa em suas características pessoais, culturais e geográficas. As principais habilidades e características desse profissional são: formação e proficiência em língua inglesa (ou outra língua estrangeira) e linguística; noções de lógica de programação para auxiliar na criação de fluxos de conversação automatizados e chat-bots; compreensão de aspectos culturais e idiomáticos que podem ser usados na criação de conversas naturais com os clientes. Esse profissional deve ser criativo e possuir habilidades multidisciplinares que contemplam as ciências exatas e humanas, sendo muito bem remunerado pelos seus serviços e por suas criações.

Considerando a iminência do surgimento dessas duas profissões aqui apresentadas, podemos perceber que a formação continuada multidisciplinar deve ser uma constante na vida de todos os profissionais. Na parte 02 falaremos mais sobre as novas e incríveis profissões do futuro. Até breve!


Texto publicado originalmente no Jornal de Jales, coluna Fatecnologia, no dia 26/05/2019

Jorge Luís Gregório

Jorge Luís Gregório

Professor e entusiasta de tecnologia, estudioso da cultura NERD e fã de quadrinhos, animes e games. Mais um pai de menino, casado com a mulher mais linda da galáxia e cristão convicto. Gosto de ler ficção científica e discutir tecnologia, filmes, seriados, teologia, filosofia e política. Quer falar sobre esses e diversos outros assuntos? Venha comigo!