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Tecnologias que ainda existem, mas não fazem mais sentido (Parte 01)

Tecnologias que ainda existem, mas não fazem mais sentido (Parte 01)

A constante evolução tecnológica tem aumentado o número de “túmulos” no “cemitério digital”. Muitas tecnologias que já foram consideradas futuristas no passado já não fazem sentido atualmente, considerando praticidade e a relação custo-benefício. As constantes mudanças do mercado são capazes de desencadear processos que resultam na substituição imediata ou gradativa de tecnologias e dispositivos, de modo que uma tecnologia considerada moderna hoje certamente será “jurássica” amanhã. 

Uma dessas tecnologias que ainda existem (e resistem!), mas não fazem mais sentido, dando sinais de que o seu fim está muito próximo, é o aparelho de som. Durante muitos anos, ele foi o sonho de consumo de muita gente, inclusive eu. Chegar em casa, selecionar aquele CD, colocar no aparelho e ouvir no volume máximo enquanto relaxa e aprecia o encarte é algo cada vez mais incomum. As pessoas preferem usar dispositivos mais flexíveis, sem CD e que oferecem as vantagens da conectividade e da mobilidade. As caixas de som com conectividade bluetoothe os aplicativos de streamingde música, como o Spotify e o Deezer, estão cada vez mais comuns. É claro que ainda há aqueles que “ostentam” seus aparelhos de som com suporte a CD (e até mesmo fita cassete e disco de vinil) nas estantes de suas casas, mas isso se dá devido ao sentimento de nostalgia. Considerando questões práticas, não faz mais sentido ter um aparelho de som. 

“Muitas tecnologias que já foram consideradas futuristas no passado já não fazem sentido atualmente, considerando praticidade e a relação custo-benefício”

Outra tecnologia é a mídia óptica. Durante muitos anos, o CD e o DVD foram os principais meios para distribuir conteúdo multimídia. O sonho de todos os músicos da década de 1990 era lançar um CD e aparecer em um popular programa de auditório. Depois, com o advento do aparelho de DVD, o sonho era lançar um DVD ao vivo. Hoje essas coisas não fazem mais sentido, visto que aconteceram grandes mudanças no modelo de negócio das gravadoras. Ademais, o surgimento das smartvs, dos aplicativos de streaming de áudio e vídeo, de serviços como o Vimeo e o Youtube e plataformas online de cursos mudaram totalmente a forma de distribuição de conteúdo multimídia. Na era “pré-YouTube”, por exemplo, o sucesso de um músico ou banda era medido pelo número de CDs vendidos. Hoje basta saber o número de seguidores que ele possui em suas redes sociais e a quantidade de visualizações dos seus vídeos. Mas eles (CD e DVD) ainda são úteis para armazenar informações, certo? Errado! Também não fazem mais sentido, pois, além dos pendrives (cada vez mais baratos, rápidos e acessíveis), existem inúmeros serviços gratuitos de armazenamento de dados via internet. Vale ressaltar que os modelos mais atuais de laptopsnão possuem mais leitores de CD/DVD. O fim está chegando!

 Também o Short Message Service parece anunciar um fim, não muito distante. As mensagens de texto ou, simplesmente, SMS (serviço de mensagem curta, da sigla em inglês) pertencem à era “pré-WhatsApp” e foram muito úteis antes mesmo dos celulares se popularizarem, por meio dos extintos dispositivos chamados pagers. Com o surgimento e a popularização dos celulares, o pager caiu em desuso, mas as mensagens de texto continuaram sendo uma das tecnologias de comunicação mais úteis e populares. Assim, o SMS rendeu uma boa receita às operadoras de telefonia móvel. Entretanto, após a ascensão dos smartphones e tablets, os aplicativos de mensagens roubaram a cena. Você se lembra de qual foi a última vez que enviou ou recebeu um SMS? Pois é, nem eu! É uma tecnologia que simplesmente não faz mais sentido, tanto pela praticidade quanto pelos custos. É muito mais prático, rápido e barato enviar mensagens de texto por meio dos aplicativos de mensagens. Note que estou falando da tecnologia por trás do SMS (planos, custos e limitações) e não das mensagens de texto, que persistirão por muito tempo. 

Na próxima oportunidade, falarei um pouco sobre outras tecnologias que não fazem mais sentido. Até breve! 


Texto publicado originalmente no Jornal de Jales, coluna Fatecnologia, no dia 02/12/2018.

Jorge Luís Gregório

Jorge Luís Gregório

Professor e entusiasta de tecnologia, estudioso da cultura NERD e fã de quadrinhos, animes e games. Mais um pai de menino, casado com a mulher mais linda da galáxia e cristão convicto. Gosto de ler ficção científica e discutir tecnologia, filmes, seriados, teologia, filosofia e política. Quer falar sobre esses e diversos outros assuntos? Venha comigo!