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Como andam os carros elétricos?

Como andam os carros elétricos?

O petróleo é um combustível não renovável, e um dia vai acabar. Entretanto, ao contrário das estimativas do passado, que afirmavam que haveria um colapso mundial na primeira metade do século XXI, o que vemos hoje é um aumento da produção em escala mundial. Isso, em grande parte, graças às novas tecnologias que permitem a descoberta de novas reservas e, principalmente, a extração do combustível fóssil de profundezas nunca imaginadas. Contudo, mesmo diante dessa suposta abundância, a preocupação com questões ambientais faz com que um dos assuntos mais discutidos no universo automotivo seja a chegada dos carros elétricos.

Já existem no mercado diversos modelos de carros com propulsão híbrida, ou seja, com dois motores, um elétrico e um a combustão. Dependendo do tipo de engenharia utilizada, o motor a combustão só começa a trabalhar quando o carro atinge uma carga mínima ou ultrapassa os 50 km/h.  Uma vez acionado, o motor a combustão, além de propulsionar o veículo, também realiza o carregamento do motor elétrico. Os veículos híbridos são considerados modelos de transição, visto que vários fabricantes pretendem adotar modelos totalmente elétricos nos próximos anos. A Toyota já anunciou que a partir de 2050 pretende fabricar somente carros elétricos.

Uma alternativa que tem chamado a atenção são os modelos híbridos que substituem os motores a combustão por motores movidos a hidrogênio, o elemento químico mais abundante do universo. Após armazenado em tanques especiais, uma reação química entre o hidrogênio e o ar libera apenas vapor de água, gerando eletricidade e alimentando o motor elétrico. Toyota, Honda, Audi e outros fabricantes já possuem modelos híbridos com motores a hidrogênio.

“As vantagens são muitas, principalmente quando se fala em meio ambiente. Mas, por que ainda não vemos muitos desses carros pelas ruas?”

Os pontos positivos dos carros elétricos são muitos. O primeiro é que são capazes de reduzir a poluição urbana. Mesmo que a geração de energia elétrica envolva a emissão de gases poluentes, como é o caso das usinas de carvão em diversos países, a poluição deverá ficar longe dos centros urbanos. Nesse ponto, o Brasil sai na frente, visto que as usinas hidrelétricas fornecem cerca de 90% da energia elétrica do país.

Um outro ponto positivo que merece destaque é o menor custo por quilômetro rodado. Nas grandes cidades, a eletricidade é mais barata do que os combustíveis, sendo assim, estima-se que, em média, os carros elétricos gastem apenas 1/3 dos carros convencionais. Além do mais, assim como no universo dos smartphones, as baterias dos carros elétricos estão ficando cada vez menores e mais eficientes. Destaque para as futuras baterias de grafeno, que, segundo pesquisas, serão capazes de armazenar 45% mais energia que as atuais, feitas de íons de lítio, além de carregar 5 vezes mais rápido. Os carros elétricos também andam lado a lado com soluções inteligentes que implementam diversas tecnologias emergentes, tais como internet das coisas, direção autônoma e conectividade com a internet. No futuro, nossos veículos serão plataformas móveis de conectividade. Simplesmente fantástico!

Toyota Prius: o híbrido mais vendido do mundo.

As vantagens são muitas, principalmente quando se fala em meio ambiente. Mas, por que ainda não vemos muitos desses carros pelas ruas? Bom, além do alto custo (a maioria dos modelos passa de R$100.000,00), os atuais modelos não fornecem uma autonomia satisfatória. Um outro fator é que ainda não há um mercado de novos, seminovos e usados, sendo assim, muitos potenciais compradores preferem não arriscar. A produção de baterias também é um problema, visto que, assim como o petróleo, o lítio é um recurso não renovável e está se tornando mais caro devido à grande demanda. Além dessas e diversas outras questões técnicas e de mercado, há fortíssimas questões governamentais, principalmente no que diz respeito ao meio ambiente, regulações e incentivos fiscais. Resta agora calcular o impacto que esses veículos poderão, de fato, causar no meio ambiente e na economia. Vamos aguardar!


Texto publicado originalmente no Jornal de Jales – coluna Fatecnologia – no dia 10 de junho de 2018.

Jorge Luís Gregório

Jorge Luís Gregório

Professor e entusiasta de tecnologia, estudioso da cultura NERD e fã de quadrinhos, animes e games. Mais um pai de menino, casado com a mulher mais linda da galáxia e cristão convicto. Gosto de ler ficção científica e discutir tecnologia, filmes, seriados, teologia, filosofia e política. Quer falar sobre esses e diversos outros assuntos? Venha comigo!