O que faz um cientista de dados?
No atual contexto tecnológico, as organizações têm que lidar com enormes quantidades de dados diariamente. De fato, esses dados são gerados por diversos sistemas, sejam manuais ou automatizados, internos ou externos à organização. Desde uma simples planilha de fluxo de caixa até um sofisticado sistema de gestão de processos de negócios, os dados armazenados têm muito a dizer sobre os mais diversos aspectos. Normalmente, os sistemas informatizados disponibilizam vários meios para lidar com grandes quantidades de dados, principalmente a geração de relatórios que exibem informações estratégicas e apoiam a tomada de decisão. Entretanto, diante de um mercado cada vez mais competitivo e de uma cultura de dados, os relatórios estáticos não são mais suficientes para auxiliar a tomada de decisões.
A cultura de dados é um conceito que diz que todas as ações e decisões dentro de uma organização devem ser baseadas em dados específicos de cada departamento em um determinado contexto. Sendo assim, a utilização de um sistema informatizado é imprescindível para as organizações modernas. O problema é que nem sempre um sistema informatizado, por mais eficiente que ele seja, é capaz de se adequar às rápidas mudanças impostas pelo mercado. Portanto, é necessário que o profissional de negócios e/ou Tecnologia da Informação (TI) entenda o atual contexto do mercado em que a organização está inserida e, principalmente, conheça as limitações dos seus sistemas. Dessa forma, ele será capaz de identificar ferramentas tecnológicas que poderão ajudá-lo a superar esses limites, principalmente no que diz respeito à análise de grandes quantidades de dados. Assim surge a profissão de cientista de dados.
O cientista de dados é um profissional com conhecimentos multi e interdisciplinares, capaz de organizar grandes quantidades de dados estruturados e desestruturados, com o objetivo de descobrir informações estratégicas dentro de um domínio ou negócio. Com a utilização de um ou mais softwares, seu papel é gerar informações estruturadas e compreensíveis a todos os interessados, principalmente àqueles que não trabalham com TI. As abordagens, ferramentas e técnicas utilizadas por esse profissional variam de acordo com o negócio ou departamento em que ele está atuando.
“Por ser um misto de profissional de negócios, TI, matemático e empreendedor, o cientista de dados é apontado como uma das profissões mais valorizadas e importantes do futuro”
As competências e habilidades necessárias para ser um cientista de dados envolvem diversas áreas do conhecimento, independentemente da área em que o profissional irá atuar. Em primeiro lugar, são necessários conhecimentos do mercado em que a organização está inserida, visto que cada um possui suas particularidades. Também são necessários conhecimentos sobre: gestão de negócios; programação de computadores; raciocínio lógico e matemático; redes sociais; Inteligência Artificial; questões legais e éticas, entre outras. É claro que ser proficiente em todos esses conceitos e tecnologias é algo impossível, porém, é necessário conhecer suas potencialidades e, principalmente, ferramentas de software que aplicam tais conceitos. Portanto, é preciso saber o que usar, como usar e quando usar. A média salarial para esse tipo de profissional é de R$ 9.000,00, porém há empresas brasileiras que chegam a pagar R$25.000,00.
A demanda por esse tipo de profissional cresce à medida que as empresas desenvolvem sua cultura de dados. Segundo estudo realizado pela International Business Machines, mais conhecida simplesmente como IBM, até 2020 haverá mais de 300 mil vagas para cientistas de dados, somente nos EUA. Por ser um misto de profissional de negócios, TI, matemático e empreendedor, o cientista de dados é apontado como uma das profissões mais valorizadas e importantes do futuro. O profissional que se encaixar nesse perfil certamente terá um futuro promissor.
Texto publicado originalmente no Jornal de Jales – coluna Fatecnologia – no dia 03 de junho de 2018.