Tendências Tecnológicas para 2018 – Parte 2
Na edição anterior, abordei quatro tendências tecnológicas para 2018: drones, realidade virtual (RV), realidade aumentada (RA) e Internet das Coisas (IoT). Hoje tratarei de mais três tecnologias que prometem continuar impactando e inovando neste ano.
Inteligência Artificial (IA): a IA foi um dos tópicos que mais comentei na coluna em 2017, pois as inovações nesse campo da ciência da computação não pararam de surgir. A IA pode ser considerada uma plataforma para a aplicação de diversas outras tecnologias que visam usar técnicas de aprendizagem de máquina, representação do conhecimento e outras ferramentas permitindo que o computador imite o comportamento humano. Sistemas dotados de inteligência são capazes de aprender com o seu ambiente, fazer previsões e simulações, recomendar ações e, em muitos casos, executar uma ação automatizada baseada naquilo que ele aprendeu. Chegará uma época em que a IA estará em todos os lugares, desde um aplicativo móvel, passando pelos lares e chegando aos veículos. As pesquisas nessa área deverão ganhar grandes investimentos, não só da iniciativa privada, mas também dos governos. Em uma de suas declarações polêmicas, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que quem liderar a IA certamente governará o mundo no futuro. Além de toda a questão tecnológica, surgirão diversos dilemas éticos e sociais, como o desemprego em massa que a IA poderá causar, além de outras questões difíceis de prever.
Plataformas de conversação: a IHC ou Integração Humano-Computador é uma disciplina que envolve a ciência da computação, design, ergonomia, linguística e diversas outras áreas a fim de criar interfaces para que os seres humanos interajam com os computadores de maneira intuitiva usando não apenas um teclado, um mouse ou uma tela sensível ao toque, mas também gestos, voz e outros meio que podem ser explorados por meio da RA e da RV. Assim, uma plataforma de conversação é um sistema que recebe comandos de um utilizador e os traduz em uma linguagem que pode ser entendida por um computador que, por sua vez, executa comandos ou pede informações adicionais. Esses sistemas poderão ser distribuídos como hardware, softwares ou serviços na nuvem, o que possibilitará a conexão com o seu utilizador de maneira ubíqua. O estado atual dessa tecnologia ainda requer muitas pesquisas, pois o nível de interação ainda está restrito, de maneira não tão eficiente, a comandos de voz e gestos. Além do mais, há questões sobre padronização de protocolos de comunicação que deverão ser adotados pelos fabricantes. Desse modo, é bem provável que em 2018 as grandes empresas ampliem as pesquisas relativas a essa tecnologia.
Grafeno: o grafeno não é uma tecnologia, é uma matéria-prima. Também é considerado por muitos especialistas o substituto natural do cilício na fabricação de componentes eletrônicos devido a sua alta condutividade e flexibilidade. Há quem diga que só com o grafeno é que poderemos construir os supercomputadores quânticos e, quem sabe, desenvolver computadores microscópicos (nanotecnologia), causando uma grande revolução na computação. Entretanto, até julho de 2017 não existia técnica capaz de sintetizar cristais desse material maiores do que alguns milímetros. Felizmente, em julho de 2017 um grupo de pesquisadores chineses anunciou que conseguiu sintetizar cristais de grafeno com 50 cm de comprimento e 5 cm de largura. Os resultados da pesquisa foram recebidos com entusiasmo pela comunidade científica e, principalmente, pela indústria. É possível que em breve estejam disponíveis diversos dispositivos eletrônicos feitos de grafeno. Vamos aguardar.
Enfim, 2018 promete uma série de novidades tecnológicas nas mais diversas áreas do conhecimento. É claro, você conseguirá acompanhar tudo aqui na coluna Fatecnologia. Contamos com seu apoio e com o seu feedback!
Texto publicado originalmente no Jornal de Jales – coluna Fatecnologia – no dia 07 de janeiro de 2018.