A Dieta da Informação: uma defesa do consumo consciente.
Desde a revolução proporcionada pela Web 2.0 no início dos anos 2000, vivemos uma era em que qualquer pessoa com acesso à Internet consegue gerar conteúdo. Seja nas redes sociais, nos sites, blogs, canais de vídeo e outros meios, os usuários comuns são os maiores responsáveis pela publicação e propagação da informação nos dias atuais. Os grandes canais de notícias e os maiores jornalistas não são mais tão influentes assim, pois há muita informação sob os mais diversos pontos de vista, acessíveis facilmente e, em sua grande maioria, de forma gratuita. Desta forma, não precisamos mais confiar cegamente em tudo o que lemos e ouvimos, pois podemos consultar diversas fontes, inclusive a original, buscando compreender se realmente aquilo que está escrito é verdadeiro.
Segundo Kristina Halvorson em seu excelente livro Estratégia de Conteúdo para a Web, quando publicamos qualquer coisa na Web, fazemos o papel de editor, assim, temos responsabilidade com aquilo que postamos. O problema é que em meio a esse turbilhão de informações que a Web nos proporciona, nem sempre os criadores de conteúdo possuem responsabilidade, ética e bom senso. Assim, a maior parte das informações que consumimos diariamente podem ser classificadas como inutilidades ou armadilhas para atrair os cliques dos mais curiosos. Portanto, uma dieta informacional é algo urgente, visto que precisamos consumir informações verdadeiras, que nos ajudarão nos mais diversos aspectos, seja profissional ou pessoal.
No livro “A Dieta da Informação: uma defesa do consumo consciente” (O’Reilly, 2012 – Publicado no Brasil pela editora Novatec) o autor Clay A. Johnson faz uma alusão a dieta alimentar para falar sobre os problemas do consumo excessivo de informação. Responsável pela campanha eleitoral online do presidente dos EUA em 2008, Clay faz um alerta ao tipo e a quantidade de informação que consumimos diariamente, além de revelar as estratégias usadas pelos grandes canais de notícias para atrair cliques e publicidade.
“Informações processadas não são a única coisa a evitar. Se nós estamos comparando um dieta da informação a uma dieta alimentar, então a afirmação daquilo em que você já acredita é o açúcar da mente. Uma dieta da informação saudável significa buscar a diversidade, tanto em área tópica quanto em perspectiva” – Clay A. Johnson
O autor faz uma crítica ao comportamento polarizado e esportificado que a política manifesta nas redes sociais; revela dos segredos das “fazendas de notícias”, responsáveis por fabricar verdades sob o ponto de vista de um grupo específico; e dá diversas dicas para o consumo consciente de informação. É um livro urgente, que todo profissional que trabalha com a Web direta ou indiretamente deveria ler. Recomendo!